segunda-feira, 21 de setembro de 2009

acontece

bateram à minha porta em 6 de agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.

nunca me esquecerei daquela ausência
que me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.

ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.

que entrevista espaçosa e especial!

Pablo Neruda

Nenhum comentário: